"Querido amigo,
Não sei se terei tempo para mais cartas, pode ser que eu esteja muito ocupado com meus amigos. Se esta for a última carta, saiba que andei ruim antes de começar o ensino médio. E você me ajudou, ainda que não soubesse do que eu falava ou conhecesse alguém que passou por isso, fez com que eu não me sentisse sozinho. Sei que tem gente que diz que essas coisas não existem, tem gente que esquece o que é ter dezesseis anos quando faz dezessete. Sei que tudo será história um dia, e que nossas fotos se tornarão velhas fotografias. E todos nós seremos pai ou mãe de alguém. Mas agora, exatamente agora, esses momentos não são histórias. Está acontecendo. Eu posso ver. Aquele momento que você percebe que não é uma história triste, você está vivo. E você se levanta e vê as luzes nos prédios e tudo faz você se maravilhar. E você está ouvindo aquela música no carro, junto com as pessoas que mais ama no mundo. E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos.
Com amor,
Charlie"
"Querido amigo,
Estou escrevendo porque ela disse que você me ouviria e entenderia, e não tentou dormir com aquela pessoa naquela festa, embora pudesse ter feito isso. Por favor, não tente descobrir quem eu sou, eu não gostaria que fizesse isso. Chamarei as pessoas por nomes diferentes ou darei um nome qualquer porque não quero que descubram quem sou eu. Não estou mandando um endereço para resposta pela mesma razão.
E não há nada de ruim nisso. É sério.
Só preciso saber que existe alguém que ouve e entende, e não tenta dormir com as pessoas, mesmo que tenha oportunidade. Preciso saber que essas pessoas existem.
Acho que, de todas as pessoas, você entenderá, porque acho que você, entre todos os outros, está vivo e aprecia o que isso significa. Pelo menos eu espero que seja assim, porque os outros procuram por você em busca de força e amizade, e é tudo muito simples. Pelo menos foi o que eu soube.
Então, esta é a minha vida. E quero que saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim..."
As Vantagens de Ser Invisível (título original: The Perks of Being a Wallflower) é um romance epistolar do escritor Stephen Chbosky. Publicado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1999, depois foi publicado em dezesseis países e traduzido para treze idiomas.
Narrado em primeira pessoa por um adolescente que se autodenomina "Charlie", a trama acompanha diversas cenas da vida do rapaz através de cartas escritas por ele á uma pessoa anônima. O livro faz várias menções á obras literárias, cinema e cultura pop em geral discutindo seus significados.
Chbosky levou cinco anos para escrever o livro. Ele se inspirou em lembranças de sua própria juventude para criar os personagens e outros aspectos importantes da história. O livro obteve significativo sucesso comercial — entretanto, por seu conteúdo polêmico, foi banido de algumas escolas públicas dos Estados Unidos. Mesmo assim, foi acolhido por adolescentes de todo o país e se mantém popular até a atualidade.
O filme conta a história de Charile, um garoto de 15 anos que entra em um colégio enquanto está se recuperando de uma depressão que lhe rendeu tendências suicidas, e da perda de seu único amigo. Charlie começa sua jornada de socialização, com a ajuda de dois veteranos, Patrick e Sam que o recebem em seu mundo a parte dos populares da escola.
O filme foi aclamado pela critica com uma classificação de 86% no Rotten Tomatoes, com base em opiniões de 121 críticos, o consenso afirma:
"As Vantagens de Ser Invisível é uma adaptação sentida e sincera que é reforçado pelo desempenho forte liderança."
As Vantagens de Ser Invisível recebeu um lançamento limitado de apenas quatro cinemas nos Estados Unidos apenas em 21 de setembro de 2012, e arrecadou 228.359 dólares em sua abertura, com média de 57,089 dólares por cinema. No Brasil o filme em seus dois primeiros dias de bilheterias alcançou mais de 17.998 mil de espectadores. O longa-metragem recebeu um total de $33.3 milhões ao redor do mundo.
